Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

sábado, 26 de abril de 2014

Os desafiadores 2 anos de idade de seu filho... parte II


Então você faz uma retrospectiva e vê que tudo aquilo que você julga condenável em uma educação você fez de uma forma diferente!!!
Puuuts, EU FIZ... fiz denovo, repeti o tal "padrão", aaaaahhhhhh...
Aí você se sente horrível, ridícula, cruel, pede perdão... respira... e vê que você é só uma aprendiz... que também está dando seus primeiros passos e que não há erros e acertos e sim Construção e Desconstrução!
Preciso desconstruir ainda tanta coisa internamente!!!!

Depois do choque da MÃE CERCANTE...
(ver Os desafiadores 2 anos de idade de seu filho... parte I)


... passei a ler mais adiante e cheguei à um subtítulo:

Os Chiliques
"São reações típicas dessa etapa e representam a intolerância ao não, a intolerância à frustração que o Não provoca. É uma carga que precisa de descarga."

Ah não acredito, o universo me mandou uma mensagem assim, na lata!
Quando eu digo que as RESPOSTAS ESTÃO TODAS DENTRO... tá aí, está dentro de Casa!! rsrsrsrs.

Passei então a voltar às páginas e ver do que se tratava aquele capítulo do livro e pasmem: 

A CRIANÇA AOS DOIS ANOS - A primeira tentativa de dizer "eu"

"Um criança de dois anos é a investigação e a curiosidade a serviço do conhecimento. Busca, ensaio, erro, confirmação, refutação, hipóteses, teorias... Uma criança que brinca é um cientista que investiga. É algo sério".



(Sarah Emanuelle, minha filha. Solicitar autorização para reprodução de imagens)

"Quando conseguimos canalizar sua sede de conhecimento, estamos construindo os pilares que sustentarão e manterão vivo o "fogo sagrado": a inquietude da busca, a satisfação do encontro para, outra vez, tornar a buscar.
A criança de dois anos está se lançando na aventura de ser, e cada interação com ela representará uma oportunidade habilitadora (ou castradora) do conhecimento. Para respeitar sua sede de aventura vital, a mensagem deverá ser: "Deixe-o fazer para que seja". 

Imaginemos por um momento o que significaria cercear, anular, aniquilar, mutilar sua iniciativa. Seria equivalente a não alimentar, a negar-lhe nutrientes básicos para seu crescimento, seria como não deixar uma criança maior sair ou ler. Quando isso ocorre, quando caímos no perigo de não conseguir dirigir a sede de nosso pequeno investigador, é muito possível que acabemos fomentando o que chamamos de SÍNDROME DA CRIANÇA CERCADA".
(texto extraído do livro - Mãe e Filho - de Adriana Tettamanti)

A Síndrome da  Criança Cercada acontece entre os nove meses e dois anos de idade e gera alguns sintomas:
- Sono agitado, a criança acorda muitas vezes a noite;
- Sensação de sufocamento na criança, crises de falta de ar; 
- A criança fica chorona, irritadiça. Nunca está contente e exibe um estado de permanente demanda não satisfeita.
- Quando está no cadeirão se joga para trás em sinal de protesto;
- Não constrói uma brincadeira, caracterizando por atirar os brinquedos;
- Insiste (com mais frequência que o normal) em tentar algo que lhe foi negado.

Resumindo, é uma criança em estado de rebeldia contra a mãe cercante.


Os tais "chiliques", famosos "chiliques", surgem aí. Essa é uma criança em estado de defesa, resguardando um desejo que não cede à morte, que se rebela para viver.  Porém, cara colega de classe "há de se estar atenta", pois a mãe muitas vezes não percebe o que faz... também faz para se manter na zona de conforto... faz porque desta forma foi feito com ela... faz porque lhe assusta a diferenciação, esse caminho que leva seu filho(a) a dizer eu. Seu não é a primeira forma de dizer eu.

E diante desta situação assustadora sem saber o que fazer, ou sem tempo para atender as necessidades da criança, muitas mães acabam como "Castradora" e a criança se dá por vencida. A criança vencida é aquela que renuncia, suas forças se consumiram e sujeita-se ao cerco materno sem tentar mais derrubá-lo.
O ato de castrar comumente é agressivo, se não for físico será verbal e isto tem um efeito na construção da persona.

Quem se recorda de um gesto, fala ou olhar castrador de sua mãe???
Isso deixa marcas, fortes registros difíceis de apagar, que mais tarde acabamos por repetir na criação de nossos filhos e assim segue sendo.

Nós adultos somos um espelho onde a criança se olha: se seu chilique é tratado com recursos de negociadores, com plasticidade e com humor, ao ver nossa reação, saberá que o que está acontecendo com ela não é tão grave nem tão importante e sairá logo deste estado.


Imagens particulares e google


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Os desafiadores 2 anos de idade de seu filho... parte I

E de repente um dia...e tudo se transforma na sua vida!


Tornar-se mãe é uma das tarefas mais desafiadoras que recebi na vida... criei este blog assim que engravidei, com a intenção de partilhar sobre a gestação, parto, simbiose, relação mãe e filho... compartilhar os sentimentos, medos, expectativas, frustrações... tentar transcrever as maravilhas, surpresas, encantamentos, alegrias, realizações de acompanhar cada dia de desenvolvimento de seu bebê...
VOCÊ ACHA QUE DEU PARA FAZER ISSO???

No máximo que consegui até agora foi postar arquivos, textos, algumas informações de fontes de pesquisas (lá uma vez que outra) para movimentar a energia por aqui, rsrsrsrs. Mas beleza, estamos crescendo, isso é que importa!

Como diz a querida Claudia Rodrigues," o indivíduo nunca mais vai se desenvolver com tamanha rapidez como nos dois primeiros anos de sua vida".


Esta é minha pequena notável, Sarah Emanuelle, estamos com 1 ano e 7 meses (sim, ao nascer a Sarah, nasci também EU /MÃE), mas incrivelmente ela parece se desenvolver mais rápido que eu! As vezes sinto não acompanhar, ela voa enquanto eu estou correndo (de língua de fora ainda, hahaha).
Parece engraçado mas ás vezes é de chorar!!!! E é sobre isso que venho hoje escrever...

Lembro bem quando a Sarah começou a falar OI, tudo era Oi, acordava já dando Oi ... e sempre sorrindo! Oi para os bichinhos, para os brinquedos, para os vizinhos, para os desconhecidos, Oi para a lua, para tudo e para todos... lembro que eu pensava: Queria acordar sempre assim como a Sarah, sorrindo, brincando... ser esta simpatia que tira um sorriso até do "mais mau humorado" na calçada.



Mas de repente, num piscar de olhos, tudo se transforma...
As mudanças de fases nos primeiros anos são muito rápidas, quando você vê a criança já está num outro momento exigindo de você outro movimento. Haja energia e criatividade para acompanhar! ... Sem contar, paciência, atenção, observação, escuta sensível para compreender o que é que seu filho está tentando lhe dizer, quando ele ainda não desenvolveu integralmente a fala.

Então do Oi passamos para o NÃO... NÃO NÃO NÃO, tudo é NÃO.
E a simpatia constante dá lugar para o "ranso", os gritos, a choradeira, o "chilique"... aquelas situações de constrangimento em lojas, restaurantes, super mercado...
a criatura grita e chora como se estivesse num transe que ninguém consegue tirar ela.

CALMA, respira, chora... são os 2 anos chegando!!!


Minha pequena "professora"...


Tem dias que você chega a pensar que precisa de ajuda profissional! Você só não sabe se é para você ou para a criança. Você grita junto, chora, pensa em bater, recua (algumas batem mesmo, mas não é isso que a criança precisa e está pedindo. Vamos ver mais adiante)... então você reza, pergunta onde errou, o que deixou escapar... percebe que não há erros e acertos e sim uma relação sendo construída... e de que forma você pode colaborar na dança harmoniosa da criação???

De repente você se enxerga tão criança quanto seu filho, tão birrento quanto, tão gritona quanto ele(a), tão inquieta e agitada quanto ele(a)... tentando se comunicar e explicar aos outros o que sente, quando não sabe bem o que sente! 
O quê é esta confusão de emoções? Não sei falar disso, não sei colocar em palavras!! 
A criança inteligentemente expressa seu desconforto, não guarda, não reprime suas emoções... se está incomodada grita, chora, esperneia... se está feliz expressa, ri, abraça...

O tal "mundo dos adultos" não nos permite ser tão selvagem (aliás nada selvagem)... os olhares te reprimem e reprimem teu filho... se você desabafa (apenas faz um desabafo, porque também só quer ser ouvida) não escapa de um rótulo / julgamento / crítica ou sugestão... Todo mundo faria diferente do que você está fazendo, então quer dizer: Você não está sabendo fazer! É isto né?! Você se sente pior do que já estava!

Então a solução é o CONTROLE, se seu filho é um rebelde, Controle-o! Mas é apenas uma criança de 2 anos de idade (1 ano e 7 meses)... porque este estado de rebeldia??? 
Aí a pessoa aqui olha para os lados dentro de casa, desorientada, buscando entender o que se passa com sua linda criança (ou seja com ela própria) e um livro pulsa no armário chamando sua atenção algumas vezes no dia: Mãe e Filho - Segredos de uma relação (Adriana Tettamanti). Adquirido durante a gestação, leitura inacabada. 
Então eu puxo e abro aleatóriamente em uma página para ver que mensagem vem (ás vezes faço isso em tempos de crise, hehehe.) e eis que diz assim:

"Resumindo é uma criança em estado de rebeldia. Contra o quê? Contra a mãe cercante, contra os seus olhos controladores ou seus braços acossadores. Porque sua tentativa de conhecer provoca sempre medo nela. A mãe limita, cerca. Mesmo diante da possibilidade de um espaço aberto, ela o transformará em fechado." (Adriana Tettamanti)

O QUÊÊÊÊÊÊÊÊ??? Mãe cercante, EU???


(Ana Paula Andrade)

Veja também:
O desafiadores 2 anos de idade de seu filho... parte II

Como lidar com os “chiliques” da criança?

Por Carla Poppa





É muito comum que os pais se sintam inseguros sobre como devem agir diante dos gritos e choros mais intensos das crianças, os chamados “chiliques”. Alguns pais acreditam que devem ignorar esses comportamentos, enquanto outros receiam deixar a criança sozinha em um momento no qual ela parece ter perdido o controle das suas emoções. Essa dúvida sobre como agir nessas situações é compreensível, já que o comportamento da criança pode ser semelhante em situações que envolvem sentimentos e sensações diferentes. Por isso, na maioria das vezes, os pais só conseguem se sentir seguros em relação à atitude que estão adotando na medida em que puderem identificar e se sintonizarem com o sentimento que desencadeou esse comportamento na criança.

É importante, então, tentar discriminar qual o sentimento que está motivando o “chilique”. É possível que a criança esteja frustrada e o chilique, seja na verdade uma birra. É possível também que a criança esteja com raiva ou ainda cansada. Todas essas sensações e sentimentos podem ser expressos com comportamentos que apresentam algumas diferenças sutis, mas que, em geral, são muito parecidos (mau humor, choro, gritos…) porque a criança pequena ainda está aprendendo a verbalizar o que sente. No entanto, para que esse aprendizado possa acontecer, a criança precisa da ajuda dos cuidados que os pais lhe oferecem. E eles precisam ficar atentos, pois cada sensação ou sentimento que a criança experimenta “pede” um cuidado diferente.






O chilique pode ser birra ou a expressão da frustração da criança.


Em um contexto no qual a criança ouve um “não” e é impedida de fazer o que deseja, é possível que ela se sinta frustrada e o chilique seja uma expressão da sua frustração. Se os pais julgam que não é adequado comprar o brinquedo que a criança está pedindo e ela se joga no chão e começa a gritar no meio da loja, o cuidado que contribui para o seu crescimento é o limite. A criança só pode desenvolver a capacidade de tolerar a própria frustração a partir da capacidade dos seus pais de suportar a insatisfação que a criança experimenta nessas situações, o que eles demonstram quando conseguem impor e sustentar o limite. Nessas horas, vale tirar a criança de cena. Nesse exemplo, sair da loja de brinquedo para que tanto a criança perceba que não vai conseguir o que deseja agindo dessa forma, como também para que os pais possam se sentir mais tranquilos sem a pressão dos olhares das outras pessoas pode ser uma boa ideia. Para que essas cenas não se repitam com tanta frequência, quando a criança estiver calma, os pais precisam conversar e explicar o sentido do “não”. A capacidade que a criança tem de entender o motivo dos limites pode ajudá-la a lidar melhor e a suportar a frustração em uma situação futura.






O chilique pode ser um acesso de raiva.


O chilique também pode ser a expressão da raiva que a criança sentiu em alguma situação. É possível que a criança esteja brincando com os amigos e quando encontra com os pais começa a reclamar, a dar um “chilique”, negando-se a fazer o que os pais pedem, por exemplo, o que costuma desencadear uma briga. Essas situações podem revelar que a criança estava sentindo raiva de algo que aconteceu em um momento anterior, quando estava com os amigos. É comum os pais entrarem em sintonia com o que a criança está sentindo sem perceber e sem conseguir pensar sobre o que pode ter provocado essa irritação, já que essas atitudes, geralmente, são logo rotuladas como “malcriações”.

Quando isso acontece, os pais ficam impedidos de oferecer o cuidado que pode ajudar a criança nessas situações. Ou seja, não conseguem ajudar o filho a contar o que aconteceu, a “desabafar” para que ele possa aprender a falar sobre o(s) seu(s) sentimento(s), assumindo o controle das suas ações, em vez de de agir dominado pelo que sente.






O chilique pode ser uma demonstração do cansaço da criança.


Os chiliques também podem ser demonstrações do cansaço da criança. Essas situações podem ficar mais frequentes quando os finais de semana são tomados por atividades, privando a criança da oportunidade de descansar. Ou ainda, quando os passeios com a criança costumam se estender para atender aos diversos compromissos do dia a dia. Quando a criança passa do limite do seu corpo e fez coisas demais, é comum que ela fique mais agitada e precise da ajuda dos seus pais para se acalmar e conseguir descansar. No entanto, às vezes, durante a agitação, a criança acaba desobedecendo e fazendo coisas que não deve. Se os pais reagirem a essas atitudes de maneira agressiva, os choros e os gritos da criança podem tomar conta da situação e privar a criança do cuidado que ela precisa para reestabelecer o contato com o seu corpo e a sua sensação de cansaço.

Assim, se a criança começar a chorar, gritar, espernear, o primeiro passo (o mais importante) é fazer essa diferenciação e tentar identificar qual sensação ou sentimento está motivando o chilique. É dessa forma que os pais podem oferecer com maior segurança o cuidado que contribui para o crescimento dela.