Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


“Ser carregadas, embaladas, acariciadas, tocadas, massageadas, cada uma dessas coisas é alimento para as crianças pequenas. Tão indispensáveis, se não mais, que vitaminas, sais minerais e proteínas. Quando são privadas de tudo isso e do cheiro e do calor e da voz que tão bem conhecem, as crianças, ainda que estejam fartas de leite, se deixam morrer de fome.” 
(Fréderick Leboyer)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O mito do Cordão

Enlace de Cordão é um evento comum durante a gestação , estima-se que 1/3 dos bebês nasçam com o Cordão envolto no pescoço. A Prevalência parece ser maior em gestações de meninos, já que estes tendem a apresentar Cordões mais longos. Muitas vezes o enlace ocorre no momento do parto devido à rotação necessária para o nascimento do bebê. Ao se girar, o bebê pode, por vezes, se enrolar no próprio cordão.

O Cordão umbilical é revestido por uma espécie de gelatina que se entrelaça com a circulação sanguínea tendo a finalidade de protegê-la das distensões e compressões que podem ocorrer pelo simples fato de estar ligado a um bebê que está em constante movimento, sendo também longo o bastante (55cm em média) para que o bebê possa manter sua mobilidade mesmo estando enlaçado. O Cordão Umbilical é, então, estruturado de tal forma que possa ficar envolto no pescoço do bebê sem causar nenhum dano!

Não existe, até o momento, nenhuma pesquisa que sustente a ideia de que o Cordão Umbilical enrolado no pescoço possa estar relacionado com risco de morte durante a gestação!

Durante o parto ter o Cordão enrolado no pescoço não é um problema! Não existe o risco do bebê ficar “suspenso” pelo cordão e não descer, impedindo o parto normal. Durante o parto , todo o sistema Fundo Uterino + Placenta+ Cordão + Bebê se move para baixo como um todo, deste modo, o Cordão enrolado no pescoço , por si só, não deve ser considerado como justificativa para os casos em que o bebê “não desce” ou “não encaixa”!

Muitas vezes o enlace no pescoço permanece enquanto o bebê passa pelo útero e atravessa o canal vaginal, de todo modo a circulação sanguínea se mantém da mesma forma como acontecia durante a gestação. Pode acontecer também de o cordão, logo após a saída da cabeça do bebê, ficar mais distendido e apertado, sendo mais frequente quando apresenta mais de uma volta em torno do pescoço. Como o bebê ainda não respira, NÃO HÁ RISCO DE SUFOCAMENTO e, mesmo que possa ocorrer uma redução no fluxo sanguíneo devido à compressão, a circulação ainda vai se manter.

Esta possível redução no fluxo sanguíneo é facilmente resolvida quando o enlace é afrouxado ou desfeito, o que ocorre quando o bebê termina sua rotação ou nasce o resto do corpinho. Não se faz necessário cortar o Cordão precocemente para desfazer o enlace, esta conduta pode, inclusive, comprometer a oxigenação do bebê. Existem hoje pesquisas que relacionam o corte precoce do Cordão nestes casos com o maior risco de hipóxia e necessidade de reanimação neonatal. Logo, quanto mais tensionado e apertado o Cordão em volta do pescoço menos se deve interferir no Cordão.

Na maioria das vezes o enlace do Cordão será desfeito na rotação para o nascimento, ou , assim como na foto abaixo, o bebê nascerá com ele!

Fonte: Núcleo Carioca de Doulas - Facebook

Os bebês saudáveis de mães saudáveis não precisam ser salvos de dentro do útero!


Segundo o Guia de Condutas 2011 para Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (nem de longe uma fonte "alternativa", "de vanguarda", muito pelo contrário), 90% (9 em cada 10) dos bebês (incluindo bebês prematuros, com malformação, nascidos de gestações de risco etc.) nascem e não precisam de ajuda alguma para fazer a transição da vida intra-uterina para a extra-uterina, ou seja, respiram sozinhos, saudáveis e felizes, bastando que sejam aquecidos e entregues para a mãe. Apenas 1% de todos os bebês (incluindo bebês prematuros, com malformação, nascidos de gestações de risco etc.) precisam de recursos intensivos de reanimação ao nascer (por exemplo, intubação, massagem cardíaca etc.). Pode-se supor, então, que, em gestações/partos de risco habitual, sem intervenções desnecessárias, esses números sejam ainda menores.

Ou seja, os bebês saudáveis de mães saudáveis não precisam ser salvos de dentro do útero, nem resgatados heroicamente do parto ou do perigosíssimo canal vaginal. Este processo foi meticulosamente planejado para funcionar, do contrário não seríamos tantos no mundo...

E a Sociedade Brasileira de Pediatria ainda continua: "A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou peso ao nascer. O parto cesárea [irghhhhh!], entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo sem fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco de que a ventilação ao nascer seja indicada." (SBP, 2011)

[pausa dramática]

Ou seja, cesárea eletiva de bebês que ainda não estão prontos para nascer não é bacana. Quanto mais novinhos, maior a possibilidade de que necessitem de ajuda e potencialmente venham a ter complicações. Ou seja, ao contrário do que se diz por aí, eles não estão prontinhos para nascer com 37-39 semanas, conforme a própria Sociedade de Pediatria define.

Em resumo, não se pode dizer que um bebê que nasce de parto natural (fisiológico, domiciliar, normal, vaginal, o que for) e fica bem TEVE SORTE. Quando alguma coisa tem 90% de probabilidade de acontecer e acontece, isso é sorte? Quando um bebê saudável nasce de um parto fisiológico e fica bem, é porque é assim que é na maioria esmagadora das vezes. Significa que mãe, família e equipe de cuidado proporcionaram para o bebê as condições que MAIS FAVORECEM uma transição tranquila para a vida fora do útero. Isso não é sorte.

Texto: Maíra Libertad
Fonte: Núcleo Carioca de Doulas - Facebook

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tudo bem pedir ajuda!


Para mim, a amamentação não tinha nenhuma dificuldade de ser compreendida... até meu bebê nascer. Assim que nasceu ela mamou durante uma hora e meia, tudo indicava que estávamos no caminho certo. Após alguns poucos dias meu seio começou a ferir, primeiro com um leve arranhão, depois uma gota de sangue e quando vi já não tinha mais controle da situação, eu tinha que morder um pedaço de pano para nã
o gritar. Eu chorava cada vez que minha filha acordava, e ela não mamava nem 10, nem 20, nem 30 minutos seguidos, eram horas. O tempo que ela dormia eu não conseguia relaxar, doía demais, até que tive minha primeira, segunda, terceira mastite, infecção por fungos, seio totalmente empedrado e bicos pendurados. Pela falta de descanso e por tudo que havia passado em menos de um mês, meu leite quase zerou, minha filha começou a ficar o dia todo no peito, não dormia e toda vez que largava chorava,. todos me pressionavam para eu dar mamadeira e no auge do esgotamento eu dei. Tinha profissionais para me orientar e me darem suporte, mas não tinha ninguém da minha família para ajudar. Eu realmente precisava descansar. Decidi esperar o peito cicatrizar e curar tudo o que tinha acontecido nos seios e na alma, para assim tentar retomar a amamentação. Mesmo sabendo que a mamadeira causa desmame eu não tinha alternativas, não tinha forças para me empoderar da situação, eu precisava de ajuda e as pessoas que me ajudavam só me davam essa alternativa. Mas eu sabia que voltaria a amamentar. E sabia que assim que eu estivesse pronta seria um caminho que teria que contar com muita força de vontade MINHA. Fiquei uma semana sem nem sequer dar o peito para a Sarah, mas a cada 3, 4 horas eu tirava meu leite para dar para ela e assim continuar também produzindo. Depois fui retornando, aos poucos, ela já não sabia mais a pega no meu seio. O primeiro passo foi nos readaptarmos. as feridas foram cicatrizando e eu passei a oferecer o seio toda hora, mas notava que ela não engolia nenhum leite, não fazia o barulhinho do "glup". Com a ajuda de consultoras de amamentação descobri que ela havia voltado a aprender a pega mas eu estava com a produção muito baixa. E para que obtivesse resultado precisaria retirar a mamadeira, senão ficaríamos na mesma até o desmame se consolidar. Com as consultoras aprendi a relactação, e depois de muito relutar por achar dificil, me fiz disponivel e aceitei o desafio. Em poucos dias estávamos experts. Tomava todas as receitas naturais para a produção do leite, mas foi preciso um medicamento para o resultado final. Após 1 semana, e com acompanhamento de perto, minha filha tomava seu ultimo complemento através da relactação. O dia em que ela passou somente no meu peito e dormiu como um anjo a noite foi o mais feliz da minha vida. Eu nunca me senti uma mulher tão realizada e mamífera como naquele momento. E olhei para trás. Lembrei de tantas dificuldades, tantos olhares de desaprovação por pessoas que amo, tantos choros meus e dela, tantos empecilhos que não acreditava que eu havia conseguido. Eu não tenho palavras para agradecer cada minuto disponível das consultoras que me atenderam tão humildemente, com tanta paciência, com tanta confiança em mim, uma confiança que nem eu mesma tinha mais. Se você quer amamentar, você pode! Sempre tem alguém nesse mundão disposto a lhe estender a mão. Hoje sempre que eu posso aconselho essas mulheres que passam o mesmo que passei e que tem tanta vontade de amamentar como eu. Minha filha está com 13 meses, mama, e eu passaria por tudo de novo cada vez que vejo que ela se alimenta da minha alma.

Luciana Ribeiro

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

10 conselhos que recebemos antes de vir para este planeta:


1) Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.
2) Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições.
Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes.
3) Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os
experimentos 'mal sucedidos' são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam.
4) Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada à você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima.
5) Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.
6) 'Lá' só será melhor que 'aqui'. Quando o seu 'lá' se tornar um 'aqui', você simplesmente terá um outro 'lá' que novamente parecerá melhor que 'aqui'.
7) Os outros são apenas espelhos de você. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.
8) O que você faz da sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.
9) As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e confiar.
10) Você se esquecerá de tudo isso... e ainda assim, você se lembrará.