Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os bebês saudáveis de mães saudáveis não precisam ser salvos de dentro do útero!


Segundo o Guia de Condutas 2011 para Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (nem de longe uma fonte "alternativa", "de vanguarda", muito pelo contrário), 90% (9 em cada 10) dos bebês (incluindo bebês prematuros, com malformação, nascidos de gestações de risco etc.) nascem e não precisam de ajuda alguma para fazer a transição da vida intra-uterina para a extra-uterina, ou seja, respiram sozinhos, saudáveis e felizes, bastando que sejam aquecidos e entregues para a mãe. Apenas 1% de todos os bebês (incluindo bebês prematuros, com malformação, nascidos de gestações de risco etc.) precisam de recursos intensivos de reanimação ao nascer (por exemplo, intubação, massagem cardíaca etc.). Pode-se supor, então, que, em gestações/partos de risco habitual, sem intervenções desnecessárias, esses números sejam ainda menores.

Ou seja, os bebês saudáveis de mães saudáveis não precisam ser salvos de dentro do útero, nem resgatados heroicamente do parto ou do perigosíssimo canal vaginal. Este processo foi meticulosamente planejado para funcionar, do contrário não seríamos tantos no mundo...

E a Sociedade Brasileira de Pediatria ainda continua: "A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou peso ao nascer. O parto cesárea [irghhhhh!], entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo sem fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco de que a ventilação ao nascer seja indicada." (SBP, 2011)

[pausa dramática]

Ou seja, cesárea eletiva de bebês que ainda não estão prontos para nascer não é bacana. Quanto mais novinhos, maior a possibilidade de que necessitem de ajuda e potencialmente venham a ter complicações. Ou seja, ao contrário do que se diz por aí, eles não estão prontinhos para nascer com 37-39 semanas, conforme a própria Sociedade de Pediatria define.

Em resumo, não se pode dizer que um bebê que nasce de parto natural (fisiológico, domiciliar, normal, vaginal, o que for) e fica bem TEVE SORTE. Quando alguma coisa tem 90% de probabilidade de acontecer e acontece, isso é sorte? Quando um bebê saudável nasce de um parto fisiológico e fica bem, é porque é assim que é na maioria esmagadora das vezes. Significa que mãe, família e equipe de cuidado proporcionaram para o bebê as condições que MAIS FAVORECEM uma transição tranquila para a vida fora do útero. Isso não é sorte.

Texto: Maíra Libertad
Fonte: Núcleo Carioca de Doulas - Facebook

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