Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O sexo muda depois de ser mãe?


Por Claudiana Cabral
Segundo Joyce, grávida pela terceira vez, sim! “A consciência do corpo muda, a sexualidade por consequência. Fiquei mais sensível a estímulos, mais em paz e, ao mesmo tempo, mais alerta. Mais receptiva ao sexo”.
Mas será que isso acontece com todas as mulheres?
O momento mais esperado para qualquer gestante é ver o rosto de seu filho. A partir daí, em maior ou menor grau, inicia-se “a dor e a delícia de ser o que é”: mãe. Se durante a gestação a mulher vivencia um momento único, que é compartilhar seu corpo com seu filho, depois do nascimento é o bebê quem dita as regras. Mas como é fácil ceder aos pedidos sem falas de seres tão pequenos e inofensivos, mas, nem por isso, menos exigentes. Eles querem colo, peito, troca de fralda, atenção, carinho e por aí vai o dia e a noite.
Ao final da maratona diária de cuidar de um recém-nascido, a mãe pode esquecer seu nome, mas não se desprende da maternidade. Ela está perpetuada em seu corpo. Mais do que poesia, é fisiológico!
Falta de apetite sexual no pós-parto tem explicação
“Durante toda a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de alterações corporais e hormonais. Após o parto, seu corpo passa a gerar em maior quantidade um hormônio chamado prolactina, responsável pela produção do leite materno. Porém, esse mesmo hormônio também diminiu a produção de testosterona e, por conseguinte, diminuiu a libido”, explica a psicóloga e terapeuta sexual Keila Oliveira.
O parto pode ser uma oportunidade para a mulher tomar mais consciência de seu corpo. Contrariando a fisiologia, Joyce acredita que o aleitamento deixa a mulher mais consciente do próprio corpo, o que acaba por reverberar em sua libido. E vai além: ela acredita que a escolha do parto influencia na qualidade do sexo pós-parto: “Minha cesárea acabou com a minha libido, minha lubrificação inexistia. Levei oito meses pra ter uma relação satisfatória e seguramente perto de um ano para ter orgasmo. Já com o parto normal, após dezesseis dias estávamos tentando, no vigésimo rolou e com menos de um mês atingi o orgasmo”.
Keila ressalta que não há receitas absolutas quando se fala em sexo, pois, além do fisiológico, há o fator psicológico que influencia muito no desejo feminino: “É comum as mulheres terem receio devido à fantasia de que o ato sexual poderá machucar ou agredir a região onde foi feita a incisão, mesmo no parto normal (no caso de corte na região do períneo – episiotomia)”.

Sexo, assim como música, precisa de afinação

Durante a gestação, ocorre uma enxurrada de alterações corporais e hormonais; somado a isso, os fatores psicólogicos como ansiedade podem alterar o comportamento da mulher. Ao homem também não passa despercebido, pois sua esposa agora é mãe. Os papéis se confundem e muitos acabam por se afastar sexualmente de suas mulheres ainda durante a gestação.
A psicóloga terapeuta sexual Keila Oliveira explica que ao perceber isso a mulher sente-se insegura e rejeitada. “Nesse caso, a solução é a sincronia. É preciso que o casal se una. O homem que sabe tornar-se companheiro da mulher nesse momento será digno de respeito e devoção quando ela estiver pronta para retomar suas atividades cotidianas”.
Para Joyce, o companheirismo e o prazer da intimidade a transformou: “Senti que aquilo era uma coisa entre nós (meu marido e eu), um fluxo, o fim de um curso e o começo de outro, ou o começo de outro pra desaguar sei lá onde. Uma busca por interação, a mais íntima, suprema e intensa das interações. Mas eu te digo que, sem ele, eu não teria me tornado na mulher que sou”.

Assim como músicos que aperfeiçoam sua sensibilidade e intuição com horas de estudo diário, o sexo também precisa de conversa, estudo e muito treino! Ah! E quando for compor música escrita em corpos, deixe-se levar pelas letras:
“O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior.” Guimarães Rosa
Fonte: Materna

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