Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Estréia do filme "O Renascimento do Parto"



ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O FILME "O RENASCIMENTO DO PARTO"

Tenho lido algumas críticas ao filme, vindas principalmente de quem não assistiu. Gente que se sente atacada por ter escolhido cesarianas e leite artificial, e acha que o filme está atacando as suas escolhas ou que a está julgando.

Eu queria falar a essas mulheres que estão se sentindo atacadas. Vejam bem: o filme não fala de vocês em nenhum momento. O filme fala sobre três situações especiais: as mulheres que querem um parto e não conseguem, as mulheres que sofrem violência obstétrica nos hospitais, e as mulheres que escolhem um parto humanizado. O filme não toca no assunto das escolhas de cada mulher.

Não existe uma ditadura da amamentação ou do parto normal no Brasil. Hoje em dia 90% das mulheres do serviço privado e 40% das que usam serviço público (considere 60% das que usam serviço público nas regiões sul e sudeste) vão ter cesarianas. Se existe uma ditadura no Brasil, numericamente é a das cesarianas. Mas o filme não fala que as mulheres não podem escolher, ou que devam ser proibidas. O filme diz que as mulheres que querem ter um bom parto, deveriam ter direito a essa escolha.

Mal comparando, quando alguém diz que é vegetariano e faz um filme sobre vegetarianismo, não é uma proposta de abolição da carne no mercado, nem de proibir você, nem de condenar você por comer carne. As pessoas estão falando de si próprias e propondo um modelo para quem assim o desejar.

Minha pergunta é: porque um filme sobre o parto normal te incomoda tanto? Porque é que falar sobre aleitamento materno te incomoda tanto? Em que parte do seu corpo ou do seu coração esse assunto dói assim?

Ana Cristina Duarte




Mas o mais tocante, obviamente, foi o filme. Denso sem ser tenso, leve sem ser breve. O necessário, o que precisamos ouvir e entender. Nem toda tecnologia é bem vinda: a poluição, o consumismo, nossa epidemia de obesidade e de doenças mentais como a depressão estão aí nos provando que a busca pela evolução tem nos custado muito caro. E será que evoluímos? Nos tornamos melhores? Em que? A comida que vem no pacotinho é melhor? As comodidades que nos fizeram sedentários nos tornaram melhor? 

As intervenções médicas (episiotomia, ocitocina, puxo dirigido, jejum, entre tantas) e a própria cesariana, marcada e sem indicação, fizeram o parto melhor?

Os números, os estudos, as estatísticas e o bom senso de quem PAROU pra pensar no assunto provam que não - o filme te resume o por quê.

Por isso ele é importante. Todo mundo acompanha o nascimento de alguém e vai interferir de alguma forma, por apoio, por palpite. Que tal apoiar de forma positiva?

Assistam o filme. Está no cinema do Shopping Beira-mar a partir do dia 16/08. Se não por você, pelas mulheres grávidas que um dia estarão ao seu redor. 

Termino com a argumentação que mais me marcou, do Ricardo Herbert Jones: o parto mexe com as três questões mais intensas da humanidade: a vida, a morte e o sexo, daí a necessidade da humanidade ritualizar (e racionalizar!) esse evento, tão fisiológico, tão parte da mulher. Sabendo disso, não fica mais fácil perceber que esses rituais não são pro bem, pelo melhor, pela saúde, mas apenas pelo medo da intensidade da vida? Eu não quero viver com medo, porque isso não é viver. 

Você quer?

Juliany Silva

Um comentário:

  1. Infelizmente eu perdi aqui em Curitiba.....estava quase parindo, n tinha como ir :/ mas quero muuuuito ver, agora, é esperar sair em dvd rsrsr

    ResponderExcluir