Este blog é dedicado à minha fonte de inspiração - minha filha, Sarah Emanuelle.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sou mãe, sou guerreira e vou mudar o mundo.

A maternidade promove encontros. E encontros pra lá de especiais. Através de interesses em comum, o universo nos aproximou. Conheci Gisele, pela primeira vez, num circulo de mulheres. Mulheres, de saia, em volta de uma fogueira, falando sobre … o feminino. Gi (como eu a chamo carinhosamente) estava com um barrigão e muita luz nos olhos. Aos poucos fomos nos entrosando e descobri uma verdade união entre nós, o verdadeiro motivo porque existimos enquanto mães e mulheres: somos guerreiras, lutando por um mundo melhor.
Por Gisele Werneck*
guerreira
Eu não sabia o que era uma Guerreira de Gaia antes de ser mãe. Juro que não sabia. Escrevi o livro aos 20 anos, mas não sabia o que significava ser guerreira. Desconhecia o significado de servir.
O guerreiro está sempre a serviço de algo ou alguém. Guerreiros derramam seu próprio sangue por aquele a quem serve. Eu ainda não sabia disso. Só a lembrança de uma amiga dizendo: você ainda não sabe, mas se for preciso, morrerá pelo seu filho. Verdade, eu realmente não sabia. E nem que me tornaria assassina do menor mosquito que quisesse fazer mal a ele. O guerreiro luta de forma integral por uma causa, uma nação.
E por isso toda mãe é uma guerreira. Uma combatente pelo bem estar físico, mental e espiritual de um outro indivíduo. Eu ainda não sabia o que era ser uma guerreira e agora também não sei se sei, mas repara, já sou.
O graal de ouro que preciso proteger está ali, dormindo logo ao lado, de macacãozinho verde, confiando que atravessarei com ela os desfiladeiros do Vale da Vida, para que um dia possa seguir sozinha. Seu sono totalmente entregue aos meus cuidados. Sim, toda mãe é uma guerreira, mas a coisa vai ainda mais além: ser mãe mesmo é ser uma Guerreira de Gaia. Aos 20 eu não sabia disso, que cuidar de um outro ser é cuidar do nosso planeta Gaia.
Que cuidando de sua casa estará a curar o mundo. Eu não sabia que zelar por um milhão de homens é o mesmo que zelar por apenas um. Nutrir suas ideias e suas células. Se dedicar com equilíbrio para sua felicidade, sua alimentação e suas fraldas. Eu ainda não sabia que cuidar do planeta é amar de forma tão real o outro que se chega a ser ele próprio. Mas sem querer nada em troca. Sem querer de volta afeto ou reconhecimento. No Amor não há separação.
Dar e receber é a mesma coisa. Eu ainda não sabia que ser guerreira é ser farol e iluminar a estrada para que os outros passem, e brilhem. Para que cada menino seja ele próprio o farol que ilumina o mundo. Eu imaginava uma guerreira como nos filmes, quando se luta com três ao mesmo tempo, dois socos para os lados, um chute por trás, sem fazer ideia que cuidar do neném, da casa e do trabalho ao mesmo tempo também é guerrear.
Cozinhando, falando ao telefone e dando de mamar. Eu nem sequer imaginava que ser guerreira é respirar fundo e aceitar quando o bebê brinca no computador e apaga o texto inteiro que você escreveu (sim, isso acabou de acontecer). Aceitar que às vezes na vida é preciso começar tudo de novo. Eu tinha 20 anos e ainda não sabia, mas já desconfiava.
Que ser guerreira é isso mesmo, é saber perder a batalha. É aceitar a perda como algo natural da vida. As folhas secas caindo no outono, a escassez do inverno. A vida também pode ser feia, dura e escura. E é preciso esperar a sabedoria do Tempo para que o sol volte com os jasmins na primavera, as goiabas no verão. Isso a Natureza já me ensinava. Eu ainda não sabia que uma guerreira sempre espera a hora certa, mas já desconfiava olhando os ciclos da lua da minha janela.
Quando eu tinha 20 anos e sentia o aroma do bolo de minha mãe e minhas tias ao redor da mesa, eu já vislumbrava um círculo de mulheres ao redor do fogo, construindo um mundo melhor. Mesmo sem saber, quando meu coração batia mais forte com uma ideia bonita e criativa, eu já podia ouvir os tambores ao longe me chamando: vem, vem, os tambores das Guerreiras de Gaia, nas noites de lua cheia, nas festas da Senhora Suprema. As guerreiras corriam pelos campos e me contavam uma história, a história de um mundo transformado pela força do Feminino. Um novo mundo equilibrado pela energia das mulheres.
A menina que eu era e que muitos anos depois se tornaria a mãe que eu sou, que estou aprendendo a ser, podia ouvir de longe o chamado para essa luta por um novo mundo, e a menina escrevia, escrevia essa história, a história das Guerreiras de Gaia, sem sequer imaginar que um dia se tornaria uma delas.
*Gisele Werneck é pessoa, é escritora e é mãe da Diana. Tem três livros publicados, dentre eles “Guerreiras de Gaia”, um livro para jovens onde acredita na força do Feminino para curar o planeta: Confira aqui o livro!
Escrito por Leticia Dawahri no site Mamíferas

Nenhum comentário:

Postar um comentário